“De olho na estrada pra partir
Quantas vezes mais for necessário o ritual”
(Dead Fish)
Quantas vezes mais for necessário o ritual”
(Dead Fish)
________________________________________________________________________________
Graduado em jornalismo*, Rodrigo trabalha com fotografia e produção audiovisual para bandas e artistas há 10 anos.
Um contador de histórias nato – seja num papo mano a mana, no sofá da sala, seja atrás das câmeras. Talvez por isso seja apegado a alguns objetos que são, na verdade, fragmentos de sua autobiografia: uma saboneteira Vivitar dos anos 1990 e um violão velho, meio desafinado, cheio de adesivos. Objetos que representam duas paixões – a fotografia e a música – que se transformaram na coluna vertebral de seu trabalho.
Ele tem certeza que a ideia de presenteá-lo com uma câmera, no aniversário de 8 anos, partiu de sua mãe. “Ela era uma vidente”, disse Rodrigo, no sofá da sala. “Eu levava minha saboneteira pra todo lugar que ia”. O violão veio alguns anos depois. “Vivo toda a minha adolescência querendo ser guitarrista de uma banda emo. Formo uma banda e começo a fazer parte da cena da cidade. Em 2013, começo a fotografar as bandas e migrar da guitarra para câmera. A minha introdução na fotografia musical vem daí”.
De lá para cá, Rodrigo fez clipes, documentários, ensaios e exposições fotográficas que narram a cena musical contemporânea.
Mineiro, atualmente em São Paulo, é fotógrafo oficial da Freestyle Master Series – FMS no Brasil e participou da produção de quatro documentários, que registram as eliminatórias da maior liga profissional de freestyle do mundo no Rio de Janeiro (Circo Voador), Salvador (Largo Quincas Berro D’água - Pelourinho), Distrito Federal (Toinha Brasil Show) e Porto Alegre (Opinião). Também atua como freelancer, com artistas e projetos de todo o país.
Para o trio Gilsons, fez a cobertura fotográfica do espetáculo no Nômade Apresenta em São Paulo, no qual também fotografou outros grandes nomes da música – DJ Nyack, DJ Tamy, Majur, Larissa Luz, Anelis Assumpção e Erykah Badu. Para a banda Soul Rueiro, fez o clipe da música Jah Legalize/Já Legalizou (2023) e um documentário mostrando os bastidores da gravação – ambos captados em VHS. Uma oportunidade de retorno às raízes e de trabalhar técnicas nas quais tem se especializado nos últimos anos – a fotografia analógica e o color grading.
Rodrigo ainda assina a direção de fotografia da primeira temporada do programa Hip Hop Brazil em São Paulo, da Music Box Brazil, primeira e única emissora de televisão dedicada exclusivamente à música brasileira. O programa – um clássico, o mais antigo da grade – sempre foi gravado no Rio de Janeiro, mas em 2023 ganhou uma versão paulista, com apresentação de Rappin Hood.
Percebo (2021), que tem roteiro e direção de fotografia assinados por Rodrigo, ganhou o prêmio de melhor filme da mostra regional do Primeiro Plano – Festival de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades. “Por articular olhares múltiplos e intimistas sobre a pandemia e seu efeito de distanciamento coletivo e alcançarem em sua forma a urgência e inquietação próprias deste momento”, disse a representante do júri, na cerimônia de premiação, realizada virtualmente. O filme também ganhou o prêmio de melhor projeto in pandemia, do Caw Cine, e de melhor filme, direção, roteiro e atuações, da Casa Produções.
Neste período de isolamento, Rodrigo retomou sua produção mais autoral e se desafiou a pensar em novos formatos, como a exposição virtual O som tem que continuar (2020), apoiada pelo edital "Na Nuvem”, da Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa). A exposição proporciona uma experiência imersiva ao mesmo tempo em que é, também, um manifesto pela valorização da cultura.
Texto por Mylena Melo
Jornalista formada pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Obrigado pelo contato. Aguarde meu retorno. 😉